sexta-feira, 27 de julho de 2007

Black is beautiful

Tatiana Macedo (Lisboa, 1981), que já tinha feito retratos para o Fórum Gulbenkian Imigração, utiliza uma linguagem que pretende quebrar barreiras entre a fotografia artística e publicitária, e mesmo propagandística. A sequência de fotografias que está a montar no Sítio das Artes traz-nos imediatamente à memória as campanhas United Colors of Benetton, concebidas por Oliviero Toscani, que geraram fortes polémicas em casos de imagens específícas, pela estetização que faziam do sofrimento para aproveitamento comercial na indústria da moda, ultrapassando os limites que a Ética (ou a Moral, supostamente) impõem. Mas não é por isso que relacionamos o trabalho de estúdio que estamos a ver de Tatiana com as fotografias de publicidade da marca de roupa italiana. Dizem-lhe que ela «faz as pessoas bonitas». Nós confirmamos.

Procurava modelos para fotografar quando soube do projecto “9 Bairros Novos Sons”, que reuniu jovens de diferentes bairros periféricos de Lisboa para a experiência de gravação de um disco. Essa produção musical foi posteriormente apresentada ao vivo, no anfiteatro ao ar livre da Fundação Calouste Gulbenkian. Por ter conhecimento de que se tratavam de jovem imigrantes de segunda geração, «deslocados», Tatiana procurou-os depois do concerto e abordou os vários grupos que se mostraram logo interessados em posar para ela.

O resultado agora é uma associação de imagem e palavra. Para cada fotografia utiliza expressões que alguns dos seus modelos utilizaram durante as sessões («olho doce») ou excertos de letras de música, como por exemplo de Nina Simone («Young, Gifted and Black»).

3 comentários:

Anónimo disse...

28 de Julho de 2007

Caminho da manhã

Tu próprio te espantas de ver o teu sonho
tão concreto
no meio de todos.
Mostra-nos o caminho.
Ensina-o àqueles que tens contigo:
o caminho
que leva da
" da ideia ao gesto"
do sonho a ti.

Sim há dias felizes!
Parabéns
b bom dia

Anónimo disse...

o guardador da ilha


Há homens com quem se pode aprender a ver aquilo que dentro de nós existe e não sabíamos.
Reconhecêmo-los pelo olhar. Quando se aproximam, a noite reflecte-se clara nos seus rostos. Têm gestos lentos, precisos, como os dos deuses marinhos que habitaram, além, no mar rente à ilha.
Às vezes, quando à hora do calor durmo debaixo duma árvore, aparecem-me em sonhos. Contam que são homens sempre de passagem. Não pertencem a lugar nenhum e, raramente, pernoitam duas vezes seguidas no mesmo sítio. São homens errantes, muito antigos. Deslocam-se com se fossem sombras. Transportam no coração a euforia de quem viaja.

(...)

Al Berto, «O Anjo Mudo», Assirio e Alvim

Anónimo disse...

pratico

Os poetas criam as palavras.
Ele cria os poetas
para acontecer
o tempo
da palavra.