Esta manhã assistimos ao início do ensaio-geral da West-Eastern Divan Orchestra, quando o Maestro Daniel Barenboim dava em inglês algumas indicações importantes aos músicos - todos muito jovens - antes do concerto de logo à noite, cujos bilhetes estão esgotados há mais de uma semana. Apelava à total concentração em palco e à necessidade de ir para além do profissionalismo, que só constitui elogio quando se refere à disciplina, essencial para que a orquestra funcione. «Nada na música é repetível», dizia, porque em cada concerto parte-se do zero, com o conhecimento que resulta de experiências anteriores.
«Do you all understand me...?», perguntava o Maestro a dada altura. Para se certificar que sim, pediu a um dos elementos da orquestra que traduzisse para persa, a um dos colegas, as palavras que acabara de dizer. Pouco depois, já com os instrumentos afinados, ouvia-se Beethoven (Abertura Leonore III op.72c), uma preferência que Daniel Barenboim partilhava com Edward Said (1935-2003).
*Título do documentário (Alemanha, 2006) sobre a West-Eastern Divan Orchestra.
terça-feira, 7 de agosto de 2007
Knowledge is the beginning*
Publicada por EdM à(s) 12:45
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1 comentário:
«Nada na música é repetível», dizia, porque em cada concerto parte-se do zero, com o conhecimento que resulta de experiências anteriores.
"Nada (na música) é repetível»:
as casas fechadas desenham as ruas
sozinhas.
num café o almoço acabou:
encontra ali à frente
no jardim.
o mapa desenha as ruas sozinhas na pedra do jardim e
no bairro.
uma mãe chega com o filho
pela mão
aponta para a escola
vazia.
a mãe e o filho pela mão
no jardim
enchem as ruas todas
do bairro
depois-do-almoço.
irrepetível.
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