sexta-feira, 6 de julho de 2007

Convite


© Henrique Figueiredo

Neste momento a Orquestra Gulbenkian, dirigida pelo Maestro Muhai Tang, está em ensaios no anfiteatro ao ar livre da Fundação Gulbenkian. Ao final da tarde ouve-se música por todo o jardim: composições de Antonín Dvorák, Yanjun Hua, Johannes Brahms, Dmitri Chostakovitch e Yun Liu fazem parte do programa dos dois concertos que se realizam este fim-de-semana (sábado às 20h e domingo às 21h30), o último da programação do Jardim do Mundo.

Sábado e domingo, durante a manhã, os visitantes são convidados a praticar ou experimentar Capoeira e Yoga, no Roseiral e no Sítio da Oliveira, respectivamente. (Clicar em cima da imagem para ver mapa ampliado.) A partir das 11h, há oficinas criativas em vários pontos do jardim. Pelas 15h30 começa a jogar-se Mahjong à sombra, uma das actividades deste fim-de-semana em colaboração com a Comunidade Chinesa. Entre as 16h e as 17h há leituras em chinês, no Quiosque do Mundo, onde também se podem consultar jornais em outras línguas, para além do português. Na Biblioteca dos Clássicos e Contemporâneos, até às 18h, literatura de várias origens, em volumes cedidos pelas diferentes comunidades ou provenientes da Biblioteca de Arte. É também junto ao Roseiral que se realiza um evento em associação com a União Budista Portuguesa, com práticas de meditação e cânticos de mantras. Mais perto do lago, numa das margens, está a instalação de Pauliana Pimentel, COME AS YOU ARE:

«Recria, perante o visitante, um estúdio fotográfico ao ar livre, em que os décors serão quatro painéis de grandes dimensões (largura 4m; altura 2,7m), apresentando ampliações fotográficas de grande escala, cada uma focando um ambiente representativo de países originários de imigração. Os visitantes poderão ser fotografados diante desses painéis e a fotografia digital resultante poderá ser imediatamente impressa e oferecida, como uma recordação da visita ao Jardim do Mundo.»

6 comentários:

Anónimo disse...

Bom dia!
...
Deixo a minh'alma no cais
De longe alcanço sinais ...


Ary dos Santos

Anónimo disse...

"Ao final da tarde ouve-se música por todo o jardim",

como na ilha...

« A única coisa boa que lhe aconteceu foi descobrir que podia ler dias seguidos um poema longo complexo que tinha uma ilha proibida lá no meio no meio » :


"Nesta frescura tal desembarcaram
Já das naus os segundos argonautas,
Onde pela floresta se deixavam
Andar as belas deusas, como incautas
Algüas doces cítaras tocavam,
Algüas harpas e sonoras flautas;
Outras, cos arcos de ouro, se fingiam
Seguir os animais que não seguiam
Duma os cabelos de ouro o vento leva
Correndo, e de outra as flaldas delicadas.
Acende-se o desejo, que se cava
Nas alvas carnes, súbito mostradas."

Boa música !

Anónimo disse...

"...um poema longo complexo que tinha uma ilha proibida lá no meio."

Um poema que nos anima ha mais de quatro séculos tem de ter muitas e belas definições, mas nehuma tão maravilhosa...

Gostamos de imaginar a reacção dos "pequenos" quando da proxima vez começarmos em jeito de aventura e mistério... vou falar-vos de uma historia maravilhosa...vamos ler um poema que tem "uma ilha proibida là no meio..."

Ha pessoas que têm o jeitinho especial de nos fazer sentir gente inteligente...

Anónimo disse...

"Limonade tout était si infini"

Selon Hélène Cixous, les derniers mots de Kafka...

Anónimo disse...

" ... mieux que l'amour: une complicité."

Marguerite Yourcenar, "Feux",Imaginaire, Gallimard,1974, p.23

Anónimo disse...

Aproximações à Música do Mundo

« Usa apenas um método que combina curiosidade com disponibilidade para o Mundo e para o que há-de vir amanhã. Entendeu que o poder pode ser gerido de modo afirmativo, pode contribuir para criar testemunhos de presente, materializar ideias, difundir hipótese,sustentar cidades, evitar que elas morram porque as ideias se renovam, outras obras se criam…."

Métodos,singularidades

No início é o desconforto que causa qualquer descoberta. Aproximamo-nos devagar, com medo, do princípio ao fim a correr, sem parar, saltando palavras e passagens. Com medo que ele nos agarre. Fugimos. Despois voltamos a arriscar-nos, dias sucessivos. Paramos ao acaso em algumas palavras, começamos a escolhê-las, a olhá-las de todos os lados. Adiamos ainda a leitura linear do texto. O texto está lá e na nossa cabeça escreve-se outro, de recortes, sonhado. Mas o texto continua a desafiar-nos. Ganhamos coragem, fechamos os olhos e só os abrimos tranquilizados em certas palavras ja nossas conhecidas. Criamos um mapa com espaços seguros. Por enquanto só pode ser assim. Quando seremos capazes de o ler inteiro ?
Passou bastante tempo. Começamos a compreender que o texto quer ser lido assim: com cuidado, adivinhado, sonhado, merecido. Ele não tem princípio nem fim como a vida que um certo dia, naquele dia, repousou nele.
Amanhã haverá outro texto, a mesma vida.
Como pode ela caber no texto de um dia, mesmo se, sim, há dias às vezes felizes…