segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Zoom


Yun-Fei Ji, Last Days Before The Flood, 2006

A Barragem das Três Gargantas, no Rio Yantze, é a maior construção realizada na China, desde a Grande Muralha. Por causa deste projecto, cerca de dois milhões de pessoas, das províncias de Sichuan e Hubei, tiveram de ser realojadas para escapar às inundações. Este tem sido um tema central na obra de Yun-Fei Ji (Pequim, 1963) - que vive actualmente em Nova Iorque.

À distância, paisagens envoltas na bruma. Aproximando o olhar, os pormenores nas telas ganham nitidez, telas que combinam uma técnica tradicional de pintura, à base de pigmento mineral e papel de amoreira, com a história contemporânea chinesa.

Na exposição Um Atlas de Acontecimentos, Yun-Fei Ji apresenta cinco obras na galeria superior de exposições temporárias, da sede da Fundação Calouste Gulbenkian.

4 comentários:

Anónimo disse...

Mostrar para "Guardar"

Será que se pode chamar belo a um olhar, registado assim, que se debruça sobre a vida a afogar-se?
Os olhos perdem-se na minúcia do desenho, demoram-se a ver a água esconder a terra, expulsar as pessoas. A cor é neutra, a expressao é doce. Nao há gritos, nem pavor. O que guardar? A doçura da terra sepultada, a aflição dos que fogem? A nostalgia da perda?
O que nos dá a beleza de Yun-Fei Ji?

Anónimo disse...

Imaginação

Imaginamo-los, mas nao estão là, os outros. Estão todos no numero 3.
Sòs, um casal e a criança. A Mãe a pé, o Pai e o Filho na bicicleta.
O caminho é de agua.

Anónimo disse...

Arte e Cinema
Um tema que ocupa também o cinema chinês. O último filme de Jia Zhang-Ke, o maravilhoso “Natureza Morta” (“Still Life”) aborda esta problemática. Curiosamente, os seus dois últimos filmes (“O Mundo” e “Natureza Morta”) receberam apoio oficial, apesar do olhar crítico que se subentende na temática.
Uma sociedade de contradições na forma de estar e pensar.

Anónimo disse...

"Barrages contre nature"

"...Inquiétantes révélations sur le barrage des Trois Gorges (...) L'agence Chine nouvelle a annoncé jeudi, 11 octobre, que " plus de 4 millions de personnes" vivant aux abords du lac de retenue ( long de 600 kilomètres) devront être déplacées dans les dix ou quinze ans à venir." ...

in "Le Monde" du 13 octobre.