terça-feira, 30 de outubro de 2007

Utopia


Mai-Thu Perret, Sylvania (2006). Cortesia da artista e Galerie Francesca Pia, Zurique.

Inspirada pelo Futurismo, há vários anos que a artista suiça Mai-Thu Perret (Genebra, 1976) tem vindo a desenvolver um projecto intitulado "A Fronteira de Cristal", um relato ficcional sobre uma comunidade de mulheres que se refugiam no deserto, algures nos Estados Unidos ou no México. As obras que têm sido produzidas convergem todas para a narrativa: as razões que levaram estas mulheres a deixar a sua vida na cidade, as suas esperanças e o que pretendem alcançar com esta utopia.

«(...)Algumas têm nome, outras são simplesmente tipos; significativamente, nenhuma delas é uma representação de Perret, que tem o cuidado de se distanciar destes avatares. Em vez disso, podem ser entendidas como recipientes vazios através dos quais Perret questiona a luta utópica: a sua forma urbana, modernista e esteticamente aerodinâmica; a sua forma não urbana, mais desmazelada e com consciência ecológica; e a relação vexante que se estabelece entre ambas.»

Ao lado: Echo Canyon (2006), de Mai-Thu Perret. Cortesia Galerie Francesca Pia, Zurique, e Galerie Barbara Weiss, Berlim.

«Nesta exposição [Um Atlas de Acontecimentos, para além da obra Sylvania], Perret apresenta Echo Canyon (2006), uma escultura cujo modelo é um cenário desenhado pelo futurista italiano Fortunato Depero para o bailado O Canto do Rouxinol, de Stravinsky. As suas formas individuais, retiradas da estrutura semelhante a um jardim criada por Depero e às quais é atribuído algum grau de autonomia, parecem vagamente utilitárias: poderiam ser aparelhos de comunicação.(...)»

Brian Sholis, do catálogo.

1 comentário:

Anónimo disse...

"Beira mar

Beira mar, beira mar novo
Foi só eu é que cantei
Ô beira mar, adeus dona
Adeus riacho de areia

Tou remando minha canoa
Lá pro poço do pesqueiro
Ô beira mar, adeus dona
Adeus riacho de areia

Adeus, adeus, toma adeus
Eu já vou-me embora
Eu morava no fundo d'água
Não sei quando voltarei
Eu sou canoeiro

Eu não moro aqui
Nem aqui quero morar
Ô beira mar, adeus dona
Adeus riacho de areia

Rio abaixo, rio acima
Tudo isso eu já andei
Ô beira mar, adeus dona
Adeus riacho de areia

Procurando amor de longe
Que o de perto eu já deixei
Ô beira mar, adeus dona
Adeus riacho de areia

Adeus, adeus, toma adeus
Eu já vou-me embora
Eu morava no fundo d'água
Não sei quando voltarei
Eu sou canoeiro

Arriscando minha vida
Numa canoa furada
Ô beira mar, adeus dona
Adeus riacho de areia

Quando eu sair daqui
vou sair daqui aboando
Ô beira mar, adeus dona
Adeus riacho de areia

Para o povo não dizer
Que sai daqui chorando
Ô beira mar, adeus dona
Adeus riacho de areia

Arriscando minha vida
Por uma coisinha de nada
Ô beira mar, adeus dona
Adeus riacho de areia

Beira mar,
Milton Nascimento