© Sophie Ristelhueber, Iraq (tríptico), 2001
Desde 1982 que Sophie Ristelhueber (Paris, 1949) tem fotografado Beirute, o Kuwait, a Bósnia, o Iraque, paisagens marcadas por conflitos violentos. A artista francesa deixa-se envolver pelas ambiguidades daquilo a que chama "terreno do real e das emoções colectivas".
(...)A artista lida assim com a actualidade mais mediática, mas contrapõe ao acontecimento o seu lastro, para tornar evidente a alternância cíclica da dinâmica construtiva/destrutiva que estrutura a nossa existência civilizacional. Daí o paralelismo entre as marcas de objectos pessoais e o rasto bélico deixado pela artilharia americana, que encontramos na série realizada poucos meses após o fim da Guerra do Golfo (Fait, 1992). Daí também a dualidade de sentidos de La Campagne (1997), onde joga com a camuflada convergência entre campo e campanha militar. Outro exemplo é precisamente o tríptico Iraq (2001): trabalho resultante de uma estadia de um mês no Iraque, condensando essa experiência numa paisagem que assume a função simbólica de um "exército derrotado". São alguns "detalhes do mundo", segundo as palavras da artista, que nos levam até aos horrores de todas as guerras gravadas na face da Terra.
Excerto de texto de Lúcia Marques para o catálogo da exposição Um Atlas de Acontecimentos, disponível para consulta (e venda) na Fundação Calouste Gulbenkian.
terça-feira, 9 de outubro de 2007
Cicatrizes
Publicada por EdM à(s) 15:38
Etiquetas: Plataforma 3
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1 comentário:
ODEURS D'AUTOMNE MUETTES. La
fleur étoile, non brisée, passa
entre lieu natal et abîme à travers
ta mémoire.
Une perditure étrangère
avait pris corps, tu avais
failli
vivre.
Paul Celan, La rose de personne, Seuil, 2007, p.33.
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