quinta-feira, 17 de maio de 2007

A Urgência da Teoria, amanhã

Tentaremos assim assinalar as manifestações do ressentimento, os seus modos de emergência, os seus efeitos ao longo da História. Como fenómeno individual ou colectivo, que afecta da mesma maneira grupos, nações ou comunidades inteiras, é mais inacessível do que, digamos, a luta de classes ou o racismo, entre outras razões porque permanece latente e porque pode interferir com estes como com o nacionalismo ou outros fenómenos. Como corolário, sabemos igualmente que os actos e as acções dos indivíduos ou da sociedade também não são unívocos, que o seu sentido pode inclusivamente mudar, em caso de necessidade, como testemunharia o percurso de muitos homens políticos, de Talleyrand a Mussolini ou a Miterrand.

Excerto da Lição O Ressentimento: Força obscura e produto da História, pelo Professor Marc Ferro, que dará início à Plataforma 2 do Fórum Cultural O Estado do Mundo, amanhã, às 18h30, no Auditório 2 da Fundação Calouste Gulbenkian. A entrada é livre e haverá tradução simultânea.

7 comentários:

Anónimo disse...

Boa lição amanhã, para quem puder ir!
Esperamos texto aqui no blogue.

Anónimo disse...

"sei que estás em festa pá, fico contente
(...)
sei que há léguas a nos separar, tanto mar, tanto mar, sei também quanto é preciso pá, navegar navegar."
que me perdoe o autor, mas a minha inveja fica mais poética se usar as sua palavras.
Obrigada pelo blog, é um cheirinho de alecrim desse jardim e do que por aí se passa.

Anónimo disse...

A Festa deste lado também esta a animar.
Os leitores do EdM começam a manifestar-se.

Anónimo disse...

Nao foi facil, custou a arrancar...

Anónimo disse...

Palestra eloquente, sim. Mas o «ressentimento» serviu mais como argumento para cozer uma erudição feita de muitos anos, e que já esperávamos de Marc Ferro, do que para explicar o Estado do Mundo hoje. Felizmente!!! Porque para além de não ser brilhante - um cenário à «Clash of Civilizations», que no fundo substituía a civilização pela História e pela memória - não era nada animador: os grupos (???ie: nações, etnias, religiões…) ressentidos de acontecimentos de um passado – que pode ser mais ou menos remoto - vingam-se contra os seus antigos opressores. Foi pena não haver debate. Certamente ia ser aceso: como, felizmente, acontece quando se trata de discursos reificadores e essencialistas. Mas não haverá maneira de sairmos deste maniqueísmo - que opõe um mundo com «bloody borders» a um multiculturalismo florido - para explicar o Estado do Mundo?

Anónimo disse...

Ha tanta inveja nestes nossos intelectuais!
Nao suportam a sabedoria - também a que vem com a idade - que se autoriza, e bem, a leveza e o humor...

Anónimo disse...

Ja começaram a aparecer os "intelectuais" invejosos que nao suportam a sabedoria que aos "bem-aventurados" traz a idade e o trabalho de uma vida. Que é também feita de humor ...

O Harold Bloom diz que nao ha obra importante sem humor!