segunda-feira, 2 de abril de 2007

Outro tipo de comunicação e fruição

"(...)ninguém pode ter a pretensão ou arrogância de fazer uma síntese sobre o mundo, ou sobre as soluções para o mundo, ainda que se possam reivindicar de pós-coloniais e interculturais. Nesse sentido o que se pretende com este programa é um horizonte de problemas, e algumas soluções, mesmo que antagónicas, aspecto que tem a ver com o mundo contemporâneo. A limitação também é essa na medida em que haverá situações contraditórias. Nos espectáculos, por exemplo, as pistas que os artistas escolhem são muito diversas. Alguns estão preocupados em saber como é que um artista pode responder às questões do cânone da arte, da crise da arte ou da morte da arte ou de todos os clichés a que estamos habituados. Enquanto que para outros essa é uma questão completamente indiferente e trabalham sobre a identidade sexual. Aparentemente nada disto tem a ver mas somos nós, espectadores, que podemos fazer sínteses pontuais. De facto não há uma mensagem, mas uma enorme quantidade de problemas e enunciados que podem ter resposta mais imediata e outros não. É um nível de exigência grande para o espectador, mas também acho que os níveis de abordagem são múltiplos, pretendendo encontrar outro tipo de comunicação e fruição. A minha ideia é que isto se prolongue para lá desta programação.(...)"

(excerto da entrevista de António Pinto Ribeiro, programador geral d'O Estado do Mundo, à revista OBSCENA #3, Abril 2007, pp.12-14)

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